Ampliação do 'Minha Casa, Minha Vida', a Faixa 4, será focada na classe média
'Faixa 4' do programa habitacional terá teto de renda familiar de R$ 12 mil. Expectativa é de que nova linha, com taxa menor que a do mercado, esteja disponível em maio.
Publicado em 24 de Abril de 2025 às 08:59 AM

Anunciada na semana passada a ampliação, de R$ 8 mil para R$ 12 mil, no teto da renda das famílias que podem financiar um imóvel pelo "Minha Casa, Minha Vida (MCMV)", programa habitacional com incentivos do governo federal, como taxas mais atrativas ou subsídios financeiros.
Na prática, essas famílias vão representar uma "Faixa 4" do programa, que contará com juros menores — o que viabilizará prestações mais baixas e economia aos compradores.
A previsão é que as novas condições estejam disponíveis no começo do mês de maio para contratação.
Com as novas regras, de acordo com o ministro das Cidades, Jader Filho, o governo federal abrirá uma seleção de 100 mil novas moradias dentro da "Faixa 4" do MCMV.
Impacto na taxa de juros:
De acordo a especialista em financiamento imobiliário, Danièle Akamine, uma comparação do MCMV, com suas novas regras, e o tradicional financiamento via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) evidencia a superioridade do MCMV em diversos aspectos.
"O primeiro ponto que salta aos olhos é a redução da taxa de juros: enquanto o SBPE aplica 11,49% ao ano, considerando a menor taxa do mercado, a nova regra do MCMV oferece 10,50%. Essa diferença de quase um ponto percentual representa uma economia substancial ao longo do financiamento, reduzindo o custo total do imóvel e tornando as parcelas mais acessíveis ao longo do tempo", avaliou Danièle Akamine.
Considerando um imóvel de R$ 500 mil, financiado no prazo de 360 meses, cálculos da especialista mostram que:
Para R$ 200 mil de empréstimo nos bancos, valor total pago em um imóvel cairia de R$ 603 mil, pelo sistema tradicional do SBPE, para R$ 576 mil com o novo MCMV, uma economia de R$ 27 mil ao longo do contrato.
Ao mesmo tempo, as prestações também seriam menores. A primeira parcela seria reduzida de R$ 2.544 para R$ 2.394 e, a última, cairia de R$ 585 para R$ 555.
"Os impactos dessas mudanças vão além dos números. Estima-se que a cada 1 ponto percentual de redução na taxa de juros, cerca de 250 mil famílias brasileiras se tornam elegíveis ao financiamento habitacional. Em um país com grande informalidade no trabalho e renda concentrada, essa abertura é fundamental para inclusão econômica e social", acrescentou a analista.
Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/04/12/focada-na-classe-media-ampliacao-do-minha-casa-minha-vida-viabiliza-100-mil-novas-moradias-e-prestacoes-menores-entenda.ghtml